sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Hoje é dia de tortura...

À hora da publicação deste post, estarei eu prestes a enfrentar, uma vez mais, a minha grande fobia: agulhas. Estarei portanto a fazer análises.

O ritual é o do costume: começo a ficar nervoso na véspera > não durmo nada de jeito nessa noite > por não conseguir dormir começo a ficar com fome > por estar com fome começo a ficar com a neura > a mistura de fome, sono e neura deixa-me ainda mais nervoso > quando chega a hora de me levantar, por causa da fome e do pânico, ao olhar-me ao espelho vejo a cara de um morto-vivo, tão branca que está > quando chego ao local da tortura estou ainda mais branco e oiço de imediato "está a sentir-se bem?" > sento-me, todo a tremer e prestes a cair para o lado (e às vezes caio mesmo), estico o braço e viro de imediato a cara para o lado oposto (às vezes fecho mesmo os olhos) > muitas vezes oiço de seguida "está muito tenso e a fazer muita força no braço, respire fundo e descontraia" (e penso cá para mim, sem verbalizar: "despache lá essa merda!!!") > quando sinto a puta da agulha, cerro os dentes e os olhos (não é de dor, obviamente, que eu sei que aquela merda não dói nada, é mesmo do pânico!) > quando termina a tortura, respiro fundo e permaneço sentado mais um bocado, para não cair para o lado > levanto-me, zonzo, e, se não cair para o lado a seguir, pego de imediato em algo para trincar (uma barra de cereais, umas bolachas, whatever), vou sentar-me em algum lado até restabelecer o ritmo cardíaco normal e depois vou à minha vida, tomar o meu pequeno-almoço a sério.

Só quem também tem pânico de agulhas é que percebe a tortura que isto é. Estes dias nunca são dias iguais aos outros. São dias em que o nosso sistema nervoso dispara à mínima coisa, por causa do stress e das crises de ansiedade que antecederam a tortura.

Muitas vezes oiço a piadinha "um matulão destes com pânico de agulhas, pfffff!". É uma fobia como outra qualquer... Há quem a tenha só porque sim. No meu caso, deriva de um "trauma" de infância, graças a uma enfermeira bruta que só ela. E, como todos os medos, esta fobia é completamente irracional e incontrolável. Há quem tenha medo de cães, de abelhas, de aranhas, de espaços fechados, de falar em público, de andar de avião, etc etc etc. Eu tenho fobia de agulhas e não tenho problemas em confessá-lo!

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26 comentários:

  1. sou assim tal e qual. agora imagina-me gravida de gémeos a fazer exames de 15 em 15 dias e daqueles que testam o açucar no sangue, em que tirar sangue de hora a hora para ver se o nivel de açucar aumenta... tortura!

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  2. Pronto pronto... já passou! :) Eu confesso que pela descrição até eu fiquei com medo de agulhas O.o ahahah São fobias. Eu não tenho medo nenhum de agulhas, tanto que sou dadora de sangue, mas se me falares em gafanhotos! Os sintomas são idênticos mas junta-lhe gritos histéricos e choro! :P

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    1. Ahahah eu não choro nem grito, mas fico em pânico com agulhas, isso sim xD
      Ter medo de gafanhotos é uma fobia como qualquer outra :)

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  3. Espero que tenha corrido bem! Sofro da mesma fobia... mas eu começo mesmo a chorar...

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    1. Eu tenho é crises de ansiedade desde a véspera...
      E sim, correu bem, dentro do género xD

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  4. Experimenta levar um amigo parvo contigo!!
    Uma vez levei o meu melhor amigo quando fui fazer análises e quando me estava a sentar e a rapariga se preparava para me tirar sangue ouve-se a boca: "Olha vê lá se é preciso segurar-te, não vás fugir daí com a agulha metida e tudo, como da última vez!!"

    A rapariga levanta o olhar e com ar complacente diz: "O senhor não está à vontade, tem medo, é?"

    Óbvio que não tenho, faço análises de bom grado, custa-me muito mais fazer o teste dos diabetes, isso sim, picar a cabeça do dedo dói que se farta, pois temos muitos nervos concentrados nas mãos.

    Boa sorte com isso, Roger! Fico a torcer por ti companheiro...

    Abraço!

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    1. Já utilizei esse método algumas vezes, não resulta xD
      Obrigado companheiro, grande abraço

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  5. Não custa nada. Mas espero que tenha corrido bem!

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    1. Como disse no post, o meu problema não é a dor, como é óbvio. Porque aquilo não dói nada. Eu é que tenho mesmo fobia de agulhas. Pensa na tua maior fobia e lembra-te como te sentes quando és confrontada com ela. Tremores, suores frios, ansiedade... Certo? Pronto, é assim que eu me sinto em relação às agulhas :P
      Correu bem, dentro do género, obrigado :)

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  6. A minha melhor amiga é igualzinha. E no dia em que decidiu que ia dar sangue oi um filme do caraças.. Não deu sangue nenhum como é óbvio.. mas a intenção esteve lá :)

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    1. Por isso é que eu nem tento dar sangue. Por melhores que sejam as minhas intenções, tenho a plena noção que não ia conseguir dar sangue porra nenhuma xD

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  7. Compreendo, não porque sofra desse pânico, mas conheço quem sofre e infelizmente devido a doença teve de injectar-se várias vezes. Não é fácil, e obviamente que pânico não é equivalente de dor mas sim de medo... medo de algo que aconteceu no passado e por consequência pode acontecer no futuro. Obviamente não passa disso mesmo um medo, e é compreensível. Eu por exemplo? Tenho pânico de telemóveis! Vá-se lá entender...não serei com certeza uma pessoa normal, mas sempre que um estranho me liga o meu coração bate à velocidade da luz e começo a pensar para comigo, atendo, não atendo... acabo sempre por desistir de atender. Não é normal bem sei, será talvez uma questão de confiança... mas dias desses para mim nunca são considerados "normais".

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    1. Wow, desse pânico nunca tinha ouvido falar. Bem, pelo que dizes, não será propriamente pânico de telemóveis, porque se assim fosse não conseguias mesmo ter telemóvel. É mais medo do desconhecido, certo? Isso pode ser complicado em termos profissionais :/

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    2. É sem dúvida complicado, mas felizmente tenho uma equipa fantástica que me ajuda nesse aspecto. Mas é como dizes, será talvez medo do desconhecido. Embora se assim fosse hoje não estaria em Inglaterra. Confesso que será talvez falta de confiança... mas que não há outra forma de descrever o que sinto se não pânico no exacto momento. É incrível, e para te ser sincera só visto.

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    3. Wow, é só o que consigo dizer. É mesmo algo que nunca tinha ouvido falar. E não deve ser nada fácil encarar essa fobia, ainda por cima encontras-te exposta a ela quase diariamente :/

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  8. Eu não digo nenhuma das piadinhas habituais, porque já fui assim. Acho que o meu trauma começou na tropa, quando estávamos 50 gajos formados em U e vinha uma equipa de enfermeiros (carniceiros) um pincelava, outro espetava agulhas e um terceiro enroscava a seringa e injetava.
    Quando me espetaram, tinha 4 ou 5 gajos de cada lado, com agulhas espetadas nas costas, à espera da injeção.
    Agora estou quase curado do trauma, mas lembro-me bem das vezes que ficava verde e não me deixavam sair sem ficar um bom bocado a recuperar, deitado na marquesa. :\

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    1. Fuck, man, até fiquei arrepiado com este comentário! :S

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  9. Fogo, lamento :x
    Eu compreendo a tua dor: desmaio a tirar sangue, a levar vacinas, ao ver sangue (imagina o quão mal me senti quando, numa visita de estudo, entrei naquelas salas onde se conservam as embalagens de sangue... tiveram de ir comigo de urgência cá para fora xD)

    Eu sei! é mesmo incontrolável! É horrível porque não me consigo controlar e pareço uma criança estúpida! fico sem força nas pernas e nos braços, como se não os sentisse, começo a ficar branca, a sentir o coração a bater muito depressa e muito apertado, fico tonta e chego a ver tudo com sombras esquisitas... é mesmo horrível :s

    Espero que tenhas sobrevivido :x

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    1. Sobrevivi! Dentro do género, estou bem :P

      Ver sangue não me faz confusão. Mas agulhas.... "Jasuuuus", não as posso ver mesmo! E compreendo as sensações que descreves, porque também as sinto :/

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  10. Espero que tenha corridotb bem!
    A minha fobia é mesmo foguetes!

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  11. É algo perfeitamente normal, isto dito porque quem costuma estar do outro lado, ou seja a picar as veias. Já apanhei casos muito parecidos com o teu. Não é nada do outro mundo. Quando assim é normalmente sugiro às pessoas que se deitem, porque assim a probabilidade de se sentirem mal é menor e mesmo que se sintam mal já não caem para o lado, porque já estão deitados. À próxima podes pedir o mesmo, não há que ter vergonha disso. :)
    beijinho

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    1. Já me sugeriram isso, mas nunca me senti confortável em deitar-me. Talvez por estar muito tenso e ter tendência a estar a fazer força, não sei :$ mas aconselhas?
      Obrigado :)
      Beijinho

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    2. Costuma ajudar, sim. Mas no fim não te levantes de repente. Convém que fiques deitado mais um minuto ou dois e só depois te levantes e devagarinho. :)

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    3. Ahah isso é certinho, preciso de ressuscitar antes de me levantar :P
      Obrigado ;)

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